A expeculação é grande em torno deste assunto. Quase como uma lenda urbana, muitas pessoas afirmam e espalham a teoria de que, para que um frango cresça e engorde tão rápido, seria necessário o uso de substâncias estimulantes tais como hormônios de crescimento.

Confira o que o Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários tem a dizer sobre o assunto:

Frango com hormônio? ANFFA Sindical contesta declarações de médico dermatologista

O Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical), representante da carreira de Fiscal Federal Agropecuário, responsável por garantir saúde e segurança alimentar ao brasileiro, vem a público esclarecer as recentes declarações do dermatologista Paulo Barbosa ao programa Marília Gabriela entrevista. O profissional, equivocadamente, afirmou que frangos usam hormônios e que garotinhas de 12 anos estão menstruando mais cedo devido aos hormônios presentes na carne de frango.

Na esteira de um sistema produtivo em que aves vivem cerca de 45 dias até ir ao abate, o mito do uso de hormônios de crescimento na avicultura ganhou força. Além do dermatologista, spams denunciam sobre o risco de puberdade precoce em crianças.

Os frangos, como qualquer animal, têm hormônios naturais. Porém, não existe possibilidade de existir uso de hormônio exógeno, em frangos de corte. Os animais não respondem a essa substância e ela não é viável economicamente.

De leigos a médicos, como pode ser atestado, não é raro encontrar quem cite o “frango cheio de hormônio” como um potencial perigo à saúde. Mas hormônios de crescimento, ou substâncias anabolizantes, não são empregados na criação de aves.

Do ponto de vista jurídico, o uso de hormônio ou similares é proibido no Brasil desde janeiro de 1976, por decreto n° 76.986 do então presidente Ernesto Geisel, que proíbe aplicação de hormônios em animais.

A história da utilização de substâncias anabolizantes, no entanto, surgiu por volta das décadas de 1930, quando foram construídas as atuais estruturas de aviários, com mais de 15 mil aves que crescem cada vez mais e em menos tempo. O avanço técnico contribuiu para que, em anos de pesquisa, se chegasse ao balanceamento de nutrientes e energia nas dietas e em um ambiente adequado para a criação das aves, com controles de temperatura, umidade do ar e ventilação das instalações. O monitoramento de doenças e o manejo apropriado também favorecem o cenário da avicultura. Além disso, as melhores aves, isto é as que ganham mais peso, as que têm melhor performance, são selecionadas ano após ano.

Para garantir a segurança do processo, constantemente são feito exames laboratoriais em amostras não só de aves, mas também de espécies bovina, suína e equina, além de leite, mel, ovos e pescado, em estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF).

Os Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros), assim como os laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, estão equipados com alta tecnologia para detectar essas e outras substâncias, contando com modernos recursos de análise, como a espectrofotometria de massa, na qual é possível detectar quantidades muito baixas desses resíduos.

As declarações infundadas de Paulo Barbosa dão continuidade a mitos que a produção avícola busca, incessantemente, desfazer junto à sociedade. São histórias que afetam uma produção que garante alimentos saudáveis e contribuem para a segurança alimentar mundial.

Fonte: http://www.anffasindical.org.br